O avanço do trabalho remoto: perspectivas e desafios para profissionais globais
A prática do nomadismo digital, onde profissionais optam por trabalhar remotamente de qualquer parte do mundo, vem ganhando força no cenário global de trabalho, conforme aponta o estudo “People at Work 2023: A Global Workforce View” realizado pelo ADP Research Institute. Segundo a pesquisa, que entrevistou mais de 32 mil trabalhadores em 17 países, 48% dos entrevistados globalmente acreditam na possibilidade de mudança para o exterior sem prejuízo de suas atividades laborais. No Brasil, essa percepção é compartilhada por 35% dos profissionais.
O estudo ainda revela que quase 28% dos trabalhadores preveem que, em até cinco anos, será comum em suas indústrias a adoção do trabalho remoto de qualquer lugar do mundo. Além disso, 26% dos participantes relatam que as políticas de seus empregadores já oferecem total liberdade quanto ao local de trabalho, enquanto 17% destacam a flexibilidade de localização como um critério decisivo na escolha ou permanência em um emprego.
Claudio Maggieri, General Manager para a América Latina na ADP, enfatiza a importância dessa flexibilidade. “Apesar da tendência de algumas empresas retornarem ao modelo presencial, o interesse por posições que permitem o trabalho remoto permanece, tendo em vista as vantagens de viver em países com menor custo de vida ou melhor qualidade de vida”, afirma Maggieri.
Diante desses achados, a ADP sugere que as empresas reconheçam o trabalho remoto como uma realidade cada vez mais internacional, especialmente em funções onde a presença física não é essencial. Assim, é crucial que as organizações definam claramente suas políticas em relação ao trabalho no exterior, preparando-se para responder a possíveis solicitações dos colaboradores e adaptar políticas e sistemas conforme necessário.
Além disso, a pesquisa aponta a necessidade de garantir que o trabalho remoto seja realizado em locais apropriados, levando em consideração questões de segurança e logística, como acesso seguro às redes corporativas e gestão de diferenças de fuso horário. Este movimento em direção à flexibilidade geográfica no trabalho reflete uma mudança significativa nas expectativas dos profissionais modernos, indicando um futuro cada vez mais conectado e sem fronteiras para o mercado de trabalho.