Empatia na liderança: O segredo para construir times engajados e saudáveis no futuro do trabalho
Valdirene Soares Secato – Diretora de Recursos Humanos, Ouvidoria e Sustentabilidade no Grupo Bradesco Seguros.
Ao relacionar os últimos anos com o futuro do trabalho é possível perceber algumas características fundamentais para o bem-estar dos funcionários. O olhar para as novas necessidades como a flexibilidade, o trabalho híbrido e o cuidado voltado para a saúde emocional das pessoas foram alguns pontos importantes e certamente continuarão em evidência. Nesse contexto, se torna cada vez mais necessário contar com líderes que compreendam essa nova realidade, ou seja gestores empáticos. Entretanto, como esses profissionais podem desenvolver essa habilidade para com seus liderados?
Uma das respostas é: por meio da comunicação! saber se relacionar é uma arte. Porém, é necessário ir além e entender que todo relacionamento exige escuta e dedicação. No ambiente de trabalho, por exemplo, os perfis e formas de expressão são diferentes, cada indivíduo é singular. Por isso, precisamos entender o papel da liderança no cuidado da saúde mental dos funcionários. O líder empático consegue ouvir, se colocar no lugar do outro e ajudar nas questões que afetam sua equipe. Ao fazer isso, esse líder humaniza as relações e beneficia todo o time. Esse vínculo motiva a todos, pois proporciona segurança psicológica e engajamento.
Uma Pesquisa¹ da The School of Life com a Robert Half ouviu colaboradores e identificou que, do ponto de vista deles, a empatia é uma das habilidades não desenvolvida por muitos líderes. Isso demonstra que se trata de um valor cada vez mais procurado por funcionários em suas lideranças e necessário em qualquer ambiente profissional. Nesse sentindo, e ainda falando na The School of Life, um dos seus idealizadores, o filósofo Roman Krznaric, também idealizou o Museu da Empatia, no qual pessoas são convidadas a calçarem sapatos de outras pessoas. Segundo Roman, a empatia pode ser desenvolvida e uma das práticas que facilita esse processo é a conversa.
Dialogar e praticar a escuta ativa são ferramentas que ajudam a desenvolver esse atributo, considerado uma soft skill, ao mesmo tempo que permite com que os funcionários se sintam mais seguros de estarem em um ambiente de trabalho que parte da conversa, respeitando suas vulnerabilidades. Nesse contexto, líderes empáticos tendem a ser cada vez mais valorizados pelo mercado, eles são essenciais e necessários, possuem habilidades esperada – uma vez que demonstram a capacidade de se relacionar com seus funcionários além da parte técnica, os ajudando no desenvolvimento de suas próprias habilidades interpessoais.
Costumo dizer que a empatia é a chave para conectar líderes aos seus times e, por isso, acredito na nossa missão, enquanto profissionais de gestão de pessoas, de mostrar a importância dessa ferramenta comportamental e criar oportunidades para auxiliar cada vez mais nossos líderes a desenvolverem essa habilidade. Já a liderança tem o papel de manter seus times na mesma direção, trabalhando em prol dos mesmos objetivos, além de estimular uma boa troca entre eles para favorecer o trabalho em equipe.
Desenvolver a empatia é, sem dúvidas, um dos principais segredos para uma boa liderança contribuir com o desenvolvimento das pessoas e, consequentemente, para o sucesso do negócio.
¹ Fonte: Funcionários buscam apoio e liderança não acompanha, aponta estudo