O conceito ajuda a reduzir a rotatividade, amplia o engajamento e coloca as companhias em vantagem na competitividade do mercado
Educação é a palavra que define, praticamente, a vida de qualquer pessoa. Desde crianças aprendemos a ler, escrever, calcular e a tomar decisões já na pré-escola, visando o futuro profissional em que nos tornaremos. Ao final do ciclo, ainda há a faculdade para a escolha da profissão a se seguir e mais ainda uma série de especializações para deixar o profissional ainda mais preparado para o mercado de trabalho, cada dia mais exigente. Ou seja, passamos grande parte de nossas vidas estudando.
Acontece que a forma como fomos educados, com uniforme, sinal, matérias pouco aplicáveis para o dia a dia, formavam as pessoas de uma forma totalmente linear e cartesiana, oriunda da revolução industrial. Os dias de hoje mudaram e mudaram como as pessoas se relacionam com o trabalho e com a nova economia.
Com isso, muitos profissionais se deparam com novas verdades, mindsets, ferramentas e métodos no mercado de trabalho, e a maioria desses movimentos não foram ensinados ao longo de sua jornada de aprendizagem.
A partir daí nasce uma nova necessidade no universo corporativo: formar os profissionais do presente para as empresas do futuro. As companhias estão tomando a consciência de que precisam investir em educação corporativa para formar novos líderes e para aplicar novas metodologias, em busca de melhorar suas operações e obter maiores resultados, trazendo o ato contínuo de aprender também se faz presente no ambiente corporativo,
A Sputnik, braço B2B da Perestroika, escola brasileira de atividades criativas, que investiu em um modelo de Experience Learning para levar inovação e disrupção para dentro das empresas, está aplicando um conceito de educação corporativa chamado de “Empresa Escola”.
Dados da pesquisa “Educação Corporativa no Brasil”, realizada pela Deloitte Educação Empresarial, revelam que as empresas passaram a investir em “conhecimento corporativo”. Das 126 companhias participantes, 63% responderam que, em média, 0,47% do seu faturamento é investido em educação corporativa.
Para Mari Achutti, CEO da Sputnik, esses investimentos estão mudando a realidade das empresas. “Isso significa que as companhias tomaram consciência de que há a necessidade de educar os funcionários para que eles tenham um bom desempenho. Mas mais que isso, que eles aprendam a trabalhar melhor, com maior alinhamento de propósito, com habilidades sócios emocionais mais evoluídas e em uma constante evolução”.
A pesquisa também mostra que 8% das empresas pesquisadas já possuem universidade corporativa. Das 72% que não possuem, mais de um quarto delas (28%) já demonstra interesse em criar a estrutura.
Diferentemente das universidades comuns, a universidade corporativa coloca o profissional diante de uma formação prática, unindo conhecimento ao DNA da empresa. “É mais prático desenvolver um líder que conhece a cultura da empresa, do que simplesmente contratar alguém de fora. E isso resulta em uma valorização do funcionário, que influencia em sua produtividade, além da melhora na qualidade do que ele entrega e maior engajamento com a organização”, revela. “Isso impacta na cultura da empresa, entregando outro tipo de recompensa para os funcionários, que vem na possibilidade de educação um grande benefício que vai além somente da remuneração.”
Como diz Alvin Toffler “O analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender.” E é nesse sentido que as empresas-escolas podem atuar, trazendo conteúdos que vão além do técnico, mas mudança de mindset, digitalização, produtividade, propósito e autoconhecimento.
Achutti diz que a criação de métodos mais leves, práticos e aplicáveis são uma tendência no universo educacional e que o fenômeno deve se consolidar ainda mais nos próximos anos. “O futuro do trabalho, além de tecnologia, demanda que as pessoas tenho habilidades sociais cada vez mais evoluídas. Quando as empresas perceberam isso e passaram a investir, esse processo apenas auxiliou no aumento da produtividade e na eficiência da equipe”, comenta.
Empresas que investem no conceito “Empresa Escola”, além de motivar seus colaboradores, se tornam mais competitivas no mercado, pois possuem times alinhados com a missão, valores e a cultura da empresa. “Nas universidades corporativas, além de reduzir altas taxas de rotatividade e descobrir novos talentos, a educação ajuda a desenvolver uma equipe muito mais engajada”, finaliza Mari.