Não é novidade que o mercado e as funções estão mudando rapidamente. Nos últimos tempos, se discutiu o futuro do trabalho com a tecnologia. Agora, já sabemos que para se destacar e sobreviver neste mundo em constante transformação, entra em cena um conceito fundamental: lifelong learning – aprendizado por toda a vida.
O lifelong learning tem a ver com a necessidade dos indivíduos de se manterem constantemente estudando e se desenvolvendo. Sobretudo porque sabemos que outras mudanças, ainda mais velozes e significativas, estão por vir. Por isso, aquele modelo de educar as pessoas apenas nos primeiros anos de vida, não faz mais sentido. Mas e qual o papel do RH quando falamos em protagonismo?
Alguns pontos são marcantes no lifelong learning: como cada um é responsável pelo seu próprio desenvolvimento e é preciso uma combinação de habilidades técnicas (hard skills) com as habilidades relacionais (soft skills). O papel do RH é ser o incentivador e por que não dizer, facilitador na busca pessoal de cada colaborador por desenvolvimento além do que já lhe é oferecido. Muitas empresas ainda investem apenas em hard skills, sendo frequente a luta da área de gestão de pessoas pelo investimento no desenvolvimento comportamental.
Um artigo publicado na The Economist “Lifelong Learning is becoming an economic imperative” aponta a necessidade e o comportamento já observado de profissionais e empresas buscarem o aprimoramento das habilidades em cursos rápidos, presenciais ou online.
Por décadas, as empresas treinaram os colaboradores no dia a dia do trabalho, agora esse aprendizado não é mais suficiente porque as próprias funções estão mudando. O lifelong learning significa aprender, aplicar, aprimorar e reiniciar esse ciclo constantemente, adaptando-se às mudanças e buscando inovações para fazer o trabalho mais efetivo. Isso exige habilidades conhecidas como soft skills: resolução de problemas, empatia, negociação, resolução de conflitos, criatividade, gestão do tempo, vender ideias e conceitos. São todas habilidades que antes eram tidas como inatas, que nascíamos com elas ou simplesmente não tínhamos. Hoje sabe-se que todas elas podem ser aprendidas e, mesmo nos profissionais com aptidão, precisam ser aprimoradas para serem aplicadas aos novos desafios de mercado e da vida no dia a dia.
Darwin concluiu que não era o mais forte que sobrevivia, mas o mais adaptado. Essa continua sendo a máxima em 2020 e será na próxima década.
O lifelonge learning veio pra ficar e pode ser um grande aliado da área de Gestão de Pessoas que já conhecem a dura realidade da máxima “ contrata-se pela competência técnica e demite-se pela comportamental” .
Por Tatiana Vidal, co-fundadora da GoAhead for You