Se alguma interação social não funcionaria no offline, é pouco provável que funcione no online
Por Mariana Maciel – líder de marketing de conteúdo na divisão agro da Bayer Brasil
Toda vez que eu pergunto a quem não trabalha com marketing digital se sabe como se portar nesse ambiente online a resposta é quase sempre a mesma: não sei o que fazer, o que falar, como me comunicar…
O que todo mundo não para pra pensar é que é especialista em redes sociais desde criança. Porque uma escola é uma rede social, uma igreja é uma rede social, um clube de leitura também é uma rede social. Essa rede nada mais é do que um grupo de pessoas com interesses, vivências ou conhecimentos em comum que resolvem se unir em um ambiente para troca de informações e conversas. Ou seja, desde que você aprendeu a se comunicar com outros seres humanos já se tornou um elemento essencial em algumas redes.
O que aconteceu é que com a chegada da internet esses espaços de discussão presencial foram transportados para o ambiente online e passaram a atingir milhares ou até milhões de pessoas. O que era discutido só no meu grupo do bairro ganhou potencial para chegar em outra cidade e até em outro país por meio das mídias sociais (agora sim, redes que viraram mídias).
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E por aí já chegamos a mais um ponto que é: mídias sociais não são espaços para propagandas. São ambientes em que podemos ampliar nossas vozes e temas relevantes. Então nada de panfletagem no ambiente digital.
Não tem muito segredo. Se alguma interação social não funcionaria no offline, é pouco provável que funcione no online. Afinal, você prefere receber um panfleto com propaganda na rua, no estilo compre agora, ou algo que te envolva, proporcione uma experiência e conte uma história.
Outro ponto que nos ajuda a entender a nossa própria relevância e relação nesse ambiente de troca digital é o famigerado número de seguidores ou conexões. Escuto muito também as pessoas indicando que não se dedicam a produzir conteúdo ou compartilhar mais coisas nas mídias sociais pois têm poucos seguidores e pouca diferença farão em qualquer tema. Mas se voltarmos na premissa de que podemos transportar o comportamento do presencial para o digital, qualquer número é relevante.
Vamos supor que você tem 500 seguidores no Instagram e entende que é um número muito baixo para fazer a diferença. Agora se imagina transportando isso ao ambiente presencial e subindo ao palco de um evento com 500 pessoas para te escutarem. Uau! Tenho certeza que o peso do número aumentou bastante e talvez tenha dado até um frio na barriga.
E com essas 500 pessoas você pode ser, sim, um super influenciador. Afinal, influenciador nada mais é do que alguém que consegue gerar interesse em um produto ou ideia postando sobre isso, especialmente dentro de uma determinada comunidade.
Com a queda da era Orkut e a chegada do sr. Zuckerberg e seu modelo de negócios, algumas coisas mudaram nessa percepção do que é mais importante: audiência ou comunidade. Mas a pandemia fez muitas pessoas reavaliarem esse olhar, já que em momentos mais difíceis nós queremos nos conectar com os nossos e com quem vive experiências semelhantes. Até a volta do Orkut foi considerada nesse período.