Companhia migra toda sua infraestrutura e aplicações para a nuvem gerenciada a fim de suportar crescimento da operação
A Wickbold, empresa brasileira na produção de pães especiais e saudáveis, abandonou seu datacenter próprio, originalmente instalado na matriz da companhia em São Bernardo do Campo, São Paulo, e migrou toda sua TI para a nuvem. O objetivo desta grande operação era garantir mais sinergia entre as áreas da empresa, organização nos processos e espaço para crescer, além de ganhar flexibilidade e um departamento de TI estratégico que passaria a ser mais envolvido no negócio. “Nós conseguimos evoluir dez anos em apenas dois”, resumo Marcos Paulo Bertoncelo, CIO da Wickbold.
A mudança começou em 2012, quando a companhia completou 74 anos de história. Na época, a Wickbold, decidiu transformar a sua essência familiar e criar um board de diretores para modernizar seus negócios e acompanhar a movimentação do setor, a fim de continuar na liderança da produção de pães no Brasil. Dentro desse processo estava a restruturação da infraestrutura de TI da empresa, que começou com a chegada do atual CIO.
Cenário anterior
Até então, a Wickbold possuía racks de servidores usados e sem garantia de manutenção, o que limitava a capacidade de sustentação de novos projetos, como por exemplo a adoção de um sistema integrado de gestão (ERP). Além disso, havia apenas um sistema, sem espelhamento, controlando as quatro fábricas e nove centros de distribuição da empresa. Portanto, se o sistema falhasse, toda a operação no Brasil parava.
Com tecnologias defasadas, a TI da empresa tinha que vencer desafios diários, que iam dos mais básicos aos mais complexos. Superar a falta de contingência de facilities estava entre esses desafios da equipe de TI. Ou seja, os profissionais tinham que ficar em constante alerta para evitar que a falha de um ar condicionado, por exemplo, causasse a paralização dos sistemas e impedisse a emissão de pedidos e notas fiscais – atividade que permite que a operação da empresa seja 24 x 7.
Problemas não tão comuns a equipes de TI tradicionais também eram registrados. O principal deles era o fluxo intenso de caminhões e guindastes passando sobre a fibra ótica subterrânea e manobrando na frente do data center da companhia, deixando toda operação vulnerável a um acidente físico.
Processo de adoção
Há cerca de dois anos, um complexo business case foi preparado endereçando todos os pontos com riscos eminentes para a operação – desde coisas simples como o ar condicionado do data center, até detalhes bem mais complexos, como a independência de cada filial da empresa em relação à estrutura da matriz.
“Foram 12 meses de estudos, relatórios, planilhas e apresentações para que o projeto fosse aprovado. O grande fator decisório foi a escolha de parceiros certos, que conseguiram nos apoiar a desenhar uma solução segura, estável e simples, com garantias de disponibilidade e redundância para que a operação não pare. O que investimos nesse projeto equivale a um dia de perdas financeiras, caso tivéssemos algum problema na TI e parássemos a fábrica”, explica o CIO Marcos Paulo Bertoncelo.
No processo, Bertoncelo mostrou ao board os riscos que o antigo data center trazia em termos de energia elétrica, climatização, infraestrutura, conectividade e backup, além de desenhar os cenários ideais para atender às necessidades de negócios da Wickbold. Foram apresentados três cenários de mudanças para que os executivos escolhessem o que mais atenderia à companhia. Após a escolha, foram apresentados os fornecedores e a Hewlett Packard Enterprise (HPE) se destacou, já que possuía melhor assessment no ambiente escolhido pela Wickbold.
A implementação do novo data center da companhia, usado para desenvolvimento de aplicações, garantia de qualidade e provas de conceito, começou em 2015 e logo tudo relacionado à operação foi parar na nuvem da HPE. Desde aplicações mais simples, como o e-mail, até o próprio ERP atualmente utilizado pela companhia. “O planejamento foi muito interessante. Conseguimos realizar três grandes projetos: a criação de dois data centers, um deles na nuvem, renovação da estrutura de conectividade e a implantação do SAP. Tudo em um ano e meio”, ressalta Bertoncelo.