A CESP tem treinado seus gestores para lidar com questões emocionais como ansiedade, luto e depressão em suas equipes. A empresa tem construído uma cultura que tem pessoas como pilar estratégico e avalia que investir em saúde mental, preparando toda a liderança, faz com que a abordagem do tema seja mais efetiva.
“O principal dado que nos fez decidir pelo treinamento da liderança foi o número de casos de ansiedade que não estavam sendo acompanhados, verificados em uma pesquisa interna com nossos profissionais no fim do primeiro semestre”, afirma Leonardo Vinci, gerente de Desenvolvimento Humano e Organizacional na CESP.
O levantamento, do qual participaram 85% dos 212 colaboradores, mostrou que 68,6% sentiram ansiedade nos últimos 12 meses. No entanto, desses, 43,2% não buscaram nenhum tipo de ajuda.
Ao mesmo tempo, 45,9% dos respondentes perderam algum familiar ou amigo próximo no mesmo período. A perda gerou ou ainda gera luto em 40%, e 38,5% afirmam que não buscaram ajuda diante desse quadro. Os respondentes relatam, como sentimentos decorrentes do luto, angústia, choro, decepção, desânimo, dor, medo, impotência, revolta, tristeza e vazio no peito.
Além do destaque com que ansiedade e luto apareceram na pesquisa, 51,4% afirmaram que antes da pandemia sua saúde mental era mais equilibrada e estável.
“A sensibilidade do tema e a maneira como a empresa pretende abordar a questão requerem atuação da liderança. Decidimos prepará-los para que, quando tais temas ocorrerem, os líderes saibam como ajudar”, destaca o executivo.
Cinquenta líderes, da gerência até a direção, participaram do treinamento. “Fizemos grupos coordenados por uma escuta psicológica sensível, que ao mesmo tempo introduziu conhecimentos de base para apoiar no enfrentamento dos problemas seja individualmente, em equipe e ou em família. Isso gerou um ‘antes e depois’ no olhar da cultura organizacional e de cada colaborador para integrar a humanidade, o sofrimento e a performance esperada numa mesma pessoa, sem deméritos para quem está em um momento de dor”, diz Vinci.
O treinamento com a liderança é um dos pilares do Programa de Saúde Mental da companhia, estruturado a partir da pesquisa com os colaboradores e lançado recentemente.
“O resultado da pesquisa demonstra a necessidade de abordar a saúde mental no ambiente corporativo, pois o silenciamento das emoções e a falta da legitimação dos sentimentos interfere diretamente nas relações familiares, profissionais e no prazer com o trabalho”, pontua o psicólogo Alexandre Coimbra, que conduziu a pesquisa e o treinamento com líderes.
O Programa de Saúde Mental consiste ainda em conteúdo, exercícios de mindfulness e atendimento psicológico aos empregados e seus familiares por meio da plataforma online Oriente-me.
A CESP também tornou as consultas com psicólogos um benefício permanente aos funcionários. A empresa vai continuar com o programa de forma fixa, mesmo após o controle da pandemia do novo coronavírus.
“Além da evidente necessidade de auxiliar os funcionários no combate às doenças psicológicas, a CESP deseja estar preparada para as incertezas do retorno à normalidade”, acrescenta Vinci.