Relutância dos jovens em liderança: causas e soluções para um futuro corporativo promissor
Josiane Serrano, Gerente do Atendimento Corporativo do Senac São Paulo
De acordo com pesquisas recentes, o público jovem tem menos interesse em ocupar as posições de liderança das empresas em que trabalham. A informação é apontada no estudo realizado pela consultoria McKinsey, no qual 31% das pessoas entre 18 e 34 anos estavam deixando cargos de chefia. Se alcançar este objetivo profissional era o sonho das gerações anteriores, quais seriam os motivos que levaram os jovens dos tempos atuais a não desejarem essas funções? É preciso fazer algo para mudar essa tendência?
Antes disso, é preciso entender que existem várias razões possíveis para que os jovens não estejam tão interessados em buscar posições de maior autoridade no mundo corporativo. Entre as principais, é possível destacar uma nova cultura do trabalho e as novas definições sobre o que é considerado sucesso. Ao final, um ponto é certo: as mudanças nas expectativas e valores da geração mais jovem estão definitivamente influenciando a forma como eles encaram suas carreiras e o que julgam importante na esfera profissional de suas vidas.
Para as empresas, essa tendência que atinge os jovens de hoje pode ter várias consequências. Para além das mais óbvias, como a escassez de líderes, temos também importantes impactos como a estagnação dos processos naturais de renovação e inovação corporativa, assim como o estabelecimento de um ambiente pouco plural. Este último aspecto, inclusive, com o comprometimento da diversidade no quadro de funcionários, prejudica a variedade de perspectivas e, portanto, de soluções.
Para lidar com esses desafios e evitar que este cenário se consolide como um problema mais adiante, as organizações precisam repensar suas estratégias de desenvolvimento de pessoas. Em outras palavras, as empresas devem adotar uma postura que combine adaptação ao cenário atual com esforços direcionados para influenciar mudanças.
Isso significa ajustar as práticas e culturas organizacionais para melhor se alinhar às expectativas e valores dos jovens, oferecendo ambientes de trabalho mais flexíveis, inclusivos e estimulantes. Ao mesmo tempo, as empresas devem promover ativamente as vantagens e oportunidades das posições de liderança corporativa por meio de programas de desenvolvimento, mentoria e demonstração do impacto positivo que a função deve ter. Essa abordagem equilibrada é essencial para atrair, desenvolver e reter talentos de liderança no cenário empresarial contemporâneo.
Na prática, empresas podem adotar uma abordagem híbrida, combinando elementos de adaptação e mudança para criar um ambiente de trabalho que seja atraente e motivador para os jovens talentos, ao mesmo tempo em que promove uma cultura de liderança sustentável e inclusiva a longo prazo. Investir em programas de desenvolvimento e oferecer oportunidades para contribuição e reconhecimento são estratégias importantes. Essas abordagens não apenas tornam a empresa mais atraente, mas também fortalecem a cultura organizacional e impulsionam o crescimento sustentável.
O importante é que as empresas estejam abertas ao diálogo e à experimentação, buscando constantemente formas de se adaptar e evoluir para atender às necessidades de uma geração em constante mudança. Assim, teremos condições de inspirar os jovens a assumirem cargos de liderança e contribuírem com o sucesso das organizações.