Aprimore a comunicação através do autoconhecimento: Uma jornada de maturidade e consciência emocional
Colunista Mundo RH, Anderson Mendes, Educador em Saúde Mental e criador da Técnica Comunicação Afetiva, metodologia exclusiva. Formado em Comunicação Social e graduando em Gestão de Recursos Humanos, faz parte do corpo docente da USCS e da Unicsul nos cursos de pós-graduação em Suicidologia
Olá RHumano, gostaria inicialmente de propor a você a seguinte reflexão: será que podemos ser mais assertivos na construção ou manutenção das nossas relações se tivermos maior consciência sobre como estão alguns ingredientes relacionados as nossas Inner Skills: Acredito – Sinto – Penso e Ajo?
Pensa, pensa e pensa…
Evidentemente que o nosso ambiente e a cultura do país/cidade onde vivemos possuem grande influência nos fatores citados acima, contudo a neurociência e a psicologia nos trazem novas pistas de como podemos melhorar ciclos viciosos que muitas vezes já foram identificados por nós, mas que ainda infelizmente não conseguimos promover uma nova forma de lidar com as situações que nos desagradam.
A fórmula mágica para conseguirmos ressignificar a maneira como lidamos com tudo isso é através do tripé: acolher, não condenar e reconfigurar o nosso acreditar, que por sua vez mudará o sentir, o pensar e por fim o agir (assunto que aprofundarei na próxima matéria aqui no Mundo RH).
A partir da aplicação desses três elementos é que conseguiremos promover uma verdadeira mudança nas características que desejamos melhorar, e sem sombra de dúvidas uma delas pode ser a comunicação – uma das grandes responsáveis pelo sucesso ou fracasso de nossas relações.
Particularmente nunca gostei de uma característica muito marcante em mim e que invariavelmente estava presente em minhas atitudes – tanto da pessoa física quanto da jurídica: o ignoro. Para aqueles que faziam algo que eu desaprovava, o que eu fazia? Ao invés de conversar tranquilamente com a pessoa e dizer que aquilo que ela havia feito não foi bacana pelos motivos A, B ou C, eu simplesmente as ignorava, não olhando mais para elas e pior ainda, fazia uma cara de poucos amigos…
Maduro da minha parte, não?
Porém, somente depois de muita terapia e “diálogo interno” é que consegui constatar que essa minha característica fazia parte de uma reação em cadeia que vivenciei durante toda a minha infância, adolescência e parte da minha “adultização” (sai da casa de meus pais com vinte e cinco anos).
E sabe o que é mais curioso? Quando alguém da minha família tomava essa mesma atitude de me ignorar por algo que eu havia feito e que era reprovado por eles, você acredita que eu não gostava de receber esse tipo de tratamento? Interessante, não???
Muito bem, somente depois de identificar, não me condenar e de conseguir ressignificar essa minha comunicação violenta é que pude compreender que está tudo bem me reaproximar da pessoa e dizer o que está “pegando internamente”, e que isso acabou gerando um ruído entre nós e que precisamos conversar sobre, para poder resolver essa situação.
E como consegui reconfigurar isso? Entendendo que mais importante do que dizer o que precisa ser dito, é a FORMA de COMO transmitir a mensagem, deixando muito claro qual é a minha intenção ao propor essa conversa, numa espécie de “missão de paz” para conseguirmos seguir em frente mais firmes e fortes. Agora quando deixava claro que aquilo que estava falando era uma espécie de “chamada de atenção” e que a pessoa era a culpada por aquele sentimento, evidentemente que não funcionava, pois eu ativava em meu interlocutor o botão de autodefesa e com isso eles tomavam duas ações: “levantavam o escudo juntamente com a espada” visando contra-atacar, e isso gerava o que?
Óbvio que nada construtivo.
E só pude reverter esse meu “bug” quando acolhi essa característica que havia aprendido em minha família, não me condenei e tão pouco meus familiares, e dali em diante eu rompi com esse comportamento (vicioso) e construí novas formas de resolver situações que me desagradam.
Portanto, a boa notícia é que se tivermos consciência sobre alguns elementos que acreditamos possam ser conduzidos de outra forma, vamos sentir, pensar e agir de maneira diferente, e com isso muito provavelmente as nossas futuras conversas ou ações tomarão um rumo muito mais produtivo para todos os lados, e isso RHumano, trará efeitos positivos para as nossas relações e mais leveza para o nosso dia a dia, pois não precisaremos mais carregar essas “pesadas” recordações em nossa “mochila emocional”.
Vale lembrar que nem sempre chegaremos numa conclusão imediata para um problema complexo. Sabemos também que faz parte do jogo não atingirmos nossos objetivos ou resolvermos pendências onde ambos possuem pontos de vista completamente opostos.
O ponto chave que precisamos interiorizar é: se despertarmos nossa consciência para COMO são processadas as informações em nosso interior e que através de uma reconfiguração e utilização de técnicas de comunicação que promovem mediação de conflitos (internos e externos) conseguiremos construir diálogos mais eficientes, onde nossas emoções poderão produzir hormônios mais harmonioso e por consequência nosso corpo desfrutará de sensações mais pacíficas.
A neuroplasticidade que nos permite reaprender ou ressignificar tudo aquilo que desejamos vem sendo uma grande aliada para aqueles que desejam dar novos passos na construção de uma vida mais sustentável e com relacionamentos mais saudáveis.
Topa o desafio RHumano?
